segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Feliz Ano Novo!




Mais um ano terminou... e outro acaba de nascer! Por volta da meia-noite, sempre passa um "flash" em nossas mentes com os fatos importantes que aconteceram no decorrer dos últimos 365 dias — alguns segundos apenas.

Aí você se lembra que faltou oportunidade ou meio para concluir isso, aquilo, e uma coisa que você queria tanto... e aquela outra, que nem adianta mais sonhar. Mas tem um monte de coisas que ainda não deu pra concretizar, mas que pode ser que dê neste próximo ano! Sim... com um pouco mais de empenho — e a ajuda de algumas outras "forças ocultas" — dá pra conseguir, sim!

O ano que vem vai ser melhor do que o que passou — com certeza! — e sempre é... Porque você está vivo; e no ano que acabou de acabar você ficou mais experiente, você conheceu gente nova que fez diferença na sua vida, você aprendeu com alguns erros (apesar de ter feito aquilo de novo — como pôde?), e você continua fazendo planos para o futuro. Porque você sabe que há um ser superior que norteia a vida de quem quer que seja — e que O queira ter como comandante-supremo. Porque foi Ele que trouxe você pra este mundo, porque Ele vai tirar você daqui quando for a hora certa, e porque Ele pode lhe dar força e sustentação para enfrentar qualquer dificuldade que possa aparecer na sua frente — basta que você entenda e O aceite... sempre!

Por tudo isso, o ano que está começando vai ser bem melhor, sim! Vai acontecer muita coisa boa. E, daqui a 366 dias, você vai fazer esta mesma reflexão, vai chegar à essa mesma conclusão, e vai ficar feliz... por ter vencido de novo, por ter um saldo positivo no balanço da sua vida. E, na hora da virada, vai se emocionar e vai poder dizer, do fundo da sua alma, pra quem estiver perto de você:

FELIZ ANO NOVO!



sábado, 29 de dezembro de 2007

Vem aí o DVD com 1 Terabyte de capacidade!

Uma empresa israelense está se preparando para mostrar como planeja armazenar até 1 Terabyte em um único DVD, fabricado com um polímero semelhante ao que é usado nas atuais mídias, embora muito mais poderoso.


No início da década de 90 os CD's começaram a ficar mais populares e baratos, em substituição aos valorosos e heróicos discos de vinil. Surgiram formatos diferentes, mas logo foram unificados para evitar o que já havia acontecido com os videocassetes, na década anterior, entre os formatos VHS e Betamax.

Pouco depois, os DVD's tomaram o lugar das fitas magnéticas para armazenamento de filmes, com muito mais recursos e qualidade de som e imagem. Novamente, uma sopa de letrinhas (DVD, DVD-ROM, DVD+R e DVD-R, DVD-RAM, DVD+R/W, DVD+R DL, etc.) de formatos e capacidades invadiu o mercado confundindo um pouco a cabeça dos usuários finais. Agora já temos os formatos HD-DVD e Blu-ray. E existem mais outros dois: o chinês EVD e o britânico VMD!

Um grande diferencial entre esse emaranhado de letras é, dentre outros, justamente a capacidade de armazenamento de cada tipo de mídia. Um CD convencional é capaz de armazenar entre 700 e 800 MB (MegaBytes) - para fins quantitativos, considere cada MB como um pouco mais de 1 milhão de letras.

Os DVD's convencionais podem armazenar cerca de 4,7 GB (GigaBytes), onde cada GB equivale a 1024 MB; ou seja, um DVD corresponde a mais de 6 CD's! Os atuais DVD de "dupla camada" atingem os 8,5 GB de espaço — algo entre 10 e 12 CD's. Os formatos HD-DVD (DVD de alta definição) conseguem armazenar até 15 GB (ou 30 GB, em dupla camada), enquanto que os do tipo Blu-ray chegam a 25 GB (ou 50 GB, nos DL).

A israelense Mempile afirma que seus DVD's Teradisc vão alcançar 1 TB (TeraByte), melhor dizendo, um "trilhão" de bytes! Espaço suficiente para alojar quase 1500 CD's, ou mais de 250 mil fotos com altíssima qualidade, ou 40 filmes em alta definição (HD), ou ainda cerca de 115 filmes em qualidade de DVD! A questão é que somos devoradores de bytes! E, quanto mais temos, mais precisamos. Isso implica em dizer que essa relação deve cair um pouco.

Os drives de DVD com essa capacidade vão ser vendidos inicialmente por um valor que deve variar de 3 a 4 mil reais, e cada disco de, pelo menos, 700 GB deve chegar ao mercado em 2011, por cerca de 30 dólares.

Não podemos é ficar espantados com a possibilidade de, daqui a uns 5 ou 6 anos, comprar um único disco com os episódios completos de todas as temporadas de 'Friends', 'Lost', 'Desperate Housewives' e 'Heroes', em 10 idiomas, com extras e trilhas sonoras, por menos de R$ 20, num camelô da esquina...

Fonte: Computerworld
Publicado no jornal O Debate em 29/dez/2007

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

And so this is Christmas...

Passados mais de 20 anos do assassinato de John Lennon, a música "Happy Xmas (War is over)" se tornou mais um símbolo para esta época do ano. E, invarialmente, ela me remete aos meus tempos de criança — já que foi lançada em dezembro de 1972. As palavras simples, na voz do seu compositor, expressam a vontade de fazer com que as pessoas entendam que não existe razão justa para as diferenças raciais ou sociais, tampouco para a guerra. Talvez por isso — e pela morte trágica de Lennon — ela tenha se tornado um símbolo natalino moderno.

Mas há outros símbolos que nem sempre sabemos de onde vieram. Por isso, resolvi colocar aqui algumas informações a respeito dos principais elementos que compõem a liturgia do Natal:

A data: Nos relatos bíblicos não há nenhuma referência sobre a data do nascimento de Jesus porque as formas de contar o tempo, naquela época, eram confusas e sem um padrão único. Conforme alguns estudos, Jesus deve ter nascido uns 6 ou 7 anos antes da era cristã. E as primeiras comunidades cristãs não comemoravam o nascimento de Jesus. O Papa Júlio I decretou, em 350 DC, que o nascimento de Cristo deveria ser comemorado no dia 25 de dezembro, substituindo a adoração ao deus sol, no solstício de inverno, que havia sido proclamada pelo imperador Aureliano, em 274 DC.

O presépio: Originado do desejo de São Francisco de Assis em popularizar a cena do nascimento de Cristo, no ano 1223 DC (antes, qualquer representação era restrita aos membros do clero), usando também animais como parte do evento.

A árvore de Natal: O pinheiro conserva-se verde e firme mesmo nas situações de elevada seca ou neve. Inicialmente, era enfeitado com maçãs (representando o pecado dos homens) e velas (simbolizando Jesus, a luz do mundo); as maçãs viraram bolas coloridas, e as velas deram lugar às lâmpadas. Uma estrela na ponta do pinheiro representa a fé que deve guiar nossas vidas.

Papai Noel: A imagem do velhinho gorducho e sorridente que traz presentes às crianças na noite de Natal teve sua origem na história de São Nicolau. Nicolau foi um homem que lutou contra as tiranias de um chefe da guarda romana, chamado Marco, contra algumas crianças. Certa vez, evitou que meninas fossem tomadas como escravas jogando 3 sacos cheios de ouro pela chaminé, na noite de Natal, para que o pai delas pagasse uma dívida com Marco. Marco quis acabar com a fé cristã e mandou queimar todas as igrejas e prender os cristãos que não renegassem a fé — Nicolau foi preso. Quando o imperador Constantino se converteu e mandou libertar todos os cristãos, Nicolau havia envelhecido — tinha a barba crescida e branca e tinha as roupas vermelhas que o distinguiam como bispo. Foi elevado a condição de santo, e o nome "Santa Claus" vem das várias adaptações do nome de São Nicolau: Saint Nicklauss, Saint Klauss, Santa Clos, Santa Claus. Aqui no Brasil virou Papai Noel.

Os presentes: A idéia de trocar presentes no Natal está relacionada aos magos que trouxeram presentes para o menino Jesus. O grande e imerecido presente mesmo é Deus, que nos oferece em Cristo uma vida abundante e repleta de alegria. A troca de presentes entre as pessoas é uma forma de lembrar que essa oferta generosa de Deus é para todos. Feliz Natal!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Presídios ou Masmorras?

Muito já se falou sobre o caso da moça menor presa por quase um mês em uma cela com mais de 20 homens, na cidade de Abaetetuba, Pará. O país ficou em estado de choque — pelo menos, a maioria. Logo surgiram alguns alegando que ela mentiu a idade; outros disseram que ela não se importou com o fato porque até "gostou" do que fizeram com ela. De quem é a culpa? Da polícia? Dos órgãos legislativos? Do governo? Ou da sociedade?

Não importa agora... Isso acontece dezenas de vezes e em diferentes lugares do Brasil, onde não há condições mínimas para "recuperação" das pessoas encarceradas. Porque, até onde eu sabia, os presídios foram criados para recuperar os malfeitores e trazê-los de volta para a sociedade, de modo que não se tornem reincidentes nos crimes que cometeram.

Mas as condições de "empilhamento" de pessoas em celas que lembram as sombrias masmorras de séculos atrás são deploráveis. E por que os pequenos criminosos ficam presos, às vezes, com bandidos perigosos? Por que mulheres — sejam elas "santas" ou "vagabundas" — têm que compartilhar o mesmo espaço com homens reprimidos socialmente e carentes de atenção ou sedentos de desejo?

Os presídios deviam ser "privatizados"! É isso mesmo... nas mãos do poder público, não existem recursos para manutenção, segurança, e tampouco ressocialização de pessoas. Tornam-se currais nas mãos de indivíduos que são incompetentes ou não têm condições mínimas de prover melhorias.

Pense bem: se tivermos grupos de 3 a 5 indústrias — preferencialmente, de uma mesma região — que possam construir um presídio com celas adequadas e se responsabilizem pela segurança, saúde, integridade e reeducação dos presos, a coisa fica mais gerenciável. De onde tirar recursos? Fácil! Do montante de impostos a recolher por estas empresas do grupo, num máximo de até 35% do total; ou seja, os impostos continuam sendo pagos, mas parte deles é destinada diretamente à manutenção de um presídio, sem desvios.

Mas por que uma indústria faria isso? Só para recolher menos tributos? Não! Porque os presos poderiam ser reeducados e capacitados para trabalhar nestas empresas — obviamente, respeitando cotas que não venham a gerar desemprego para quem não é criminoso. É uma mão-de-obra mais barata porque não precisaria de férias, horas extras, ou outros encargos e benefícios que são de direito dos trabalhadores comuns.

Dessa forma, o indivíduo preso não fica à toa e pode aprender um ofício. Durante o período de reclusão, deve receber um salário diferenciado. Se ele for casado, parte do salário vai diretamente para a esposa e filhos, e parte fica em poupança; se for solteiro, vai tudo para a poupança. Quando concluir a pena — ou, pelo menos, 80% dela — vai voltar à sociedade com alguma dignidade, podendo até ser reaproveitado na indústria ou fábrica em que trabalhou. Aliás, esse negócio de botar na rua condenado com 1/6 da pena é pura besteira! Foi condenado, tem que cumprir pena — por bom comportamento, podem ter regalias os que já tiverem cumprido, pelo menos, 4/5 (80%) do tempo total.

O assunto pode ser estendido para outros tipos de empresas em que os condenados, em vez de trabalharem em fábricas ou indústrias, são recrutados para construir escolas e hospitais, ou estradas. Pequenos grupos de construtoras poderiam destinar até 35% dos tributos devidos para custear tais empreendimentos. Quem sabe os presos não estarão criando a chance de ter melhores serviços para as próprias famílias usufruir depois?

É importante deixar claro que os candidatos a estes presídios seriam apenas os réus primários ou com até uma reincidência, os que já foram julgados e condenados por delito não tipificado como "hediondo", e pessoas com até 30 anos de idade. Por que? Porque é um equívoco achar que é fácil recuperar e recolocar na sociedade alguém que já foi condenado 3 vezes ou mais pelo mesmo crime, que já passou dos 30 anos e que tem, de anos de reclusão somados, mais de 10% acima da expectativa média de vida — esses casos são de condenação capital!

Você e eu, na condição de contribuintes, vamos usar dinheiro público pra sustentar um cara desses pra quê? Pra ele comandar o crime de dentro do presídio, ou para ele sair em condicional e fazer tudo de novo? Ou pior, para ele ficar preso até a velhice ou a morte, sem nenhum préstimo à sociedade? Sem chance! É para casos assim que eu sou totalmente a favor da pena de morte — não tem erro! Você se conforma em dar luxo e conforto a bandidos como Fernandinho Beira-Mar, Marcola e outros, em vez de dar comida e escola a crianças pobres? É assim que você quer ver destinado o que você paga de imposto?

Ah, se as empresas vão construir e manter os presídios, onde entra o dinheiro público nessa história? Mantendo a força policial com salários e armamentos dignos de bons profissionais do ramo; não havendo gastos com instalações, os governantes devem ser preocupar apenas com o recrutamento e treinamento da polícia e da fiscalização da segurança. E ai da empresa ou grupo que não cumprir com as suas obrigações ou tentar forjar mais gastos do que o necessário.

Na verdade, este é um assunto polêmico e apenas introdutório; há muito que discutir sobre isso. Com a opinião de muitos, pode chegar mais próxima do ideal. Há 2 ou 3 anos lançaram a idéia das PPP's (Parcerias Público-Privadas); usar empresas para canalizar recursos diretamente para problemas da sociedade, sem que passem pelo caixa do governo ou pela mão de corruptos, pode ser mesmo uma solução viável! Pena que a idéia anda como uma tartaruga em marcha a ré...

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

TV digital brasileira, a 1ª TV com "Ginga"

Começou a funcionar oficialmente às 20h30 do dia 2 de dezembro de 2007, domingo, o sinal da TV digital no Brasil — a princípio, apenas para a Grande São Paulo. Pelo cronograma do Ministério das Comunicações, Brasília (jan/08), Belo Horizonte (mar/08) e Rio de Janeiro (mai/08) terão o sinal em meados do próximo ano; até o final de 2009 o sinal deverá estar disponível em todas as capitais e, até 2013, todos os municípios brasileiros terão TV digital. Tendo como limite o mês de dezembro de 2016, as emissoras brasileiras vão operar simultaneamente nas freqüências analógica e digital.

A transmissão foi inaugurada com a exibição de um vídeo — muito bem feito, por sinal — que mostrou a cronologia da TV brasileira, com imagens de programas de diferentes emissoras, respeitando honrosamente as características da evolução no país. Eu, que vi praticamente tudo o que mostraram (as imagens em vídeo-tape só se tornaram possíveis de uns 40 anos pra cá) em segundos, senti um misto de saudade e alegria... emocionante mesmo!

Em discurso, o presidente Lula disse que a TV digital é uma revolução na comunicação e que essa mudança não pode ser cara, mas inclusiva. Várias personalidades da TV brasileira estavam presentes, abrilhantando o grandiosismo do momento. É uma comemoração bem maior, respeitadas as proporções, do que a chegada da cor na TV, em 1972.

O sistema digital, gratuito, promete ao telespectador imagem e som muito melhores, sem os "chuviscos" e "fantasmas" e com qualidade de áudio comparável a de um CD. Com a alta definição (HDTV, ou High Definition TV) os programas terão a nitidez e o formato do cinema como se vê nos DVD's atuais — a chamada "tela larga" (16:9, em vez da habitual 4:3).

Outras vantagens para breve serão a portabilidade, a mobilidade, a interatividade e a multiprogramação. As emissoras poderão transmitir mais de um programa simultaneamente ou diferentes tomadas da mesma cena (para que o telespectador escolha a melhor), entre outros benefícios, e permitirão assistir TV em qualquer lugar do país e em qualquer tipo de dispositivo retransmissor, incluindo os celulares.

Nenhum dos aparelhos de TV de plasma ou LCD vendidos até o momento (ou a maioria deles) tem o circuito interno de recepção de sinais de TV Digital, portanto, será necessário comprar o conversor, sim. Ou seja, se você se apressou e gastou uma grana num TV de plasma ou LCD de mais de R$ 5 mil, com certeza vai ter que meter a mão no bolso de novo! Alguns fabricantes anunciaram para breve TVs de LCD ou plasma 'prontas para a TV Digital', ou seja, com o conversor integrado.

Apesar de ser baseado no modelo japonês, o Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD-T) tem algumas mudanças particulares. Uma delas foi a opção de construir um sistema de interatividade nacional — o 'Ginga' —, desenvolvido pela PUC do Rio de Janeiro e pela Universidade Federal da Paraíba, em regime de 'código aberto', sem custo de licença. Ele é o responsável pela interação em tempo real - que permitirá, entre muitas outras coisas, que se possa, por exemplo, comprar online produtos anunciados na TV, responder a testes ou votações, obter mais informações sobre determinados produtos ou programas, e muito mais. Fique de olho: os primeiros conversores a chegar no mercado ainda não têm o 'Ginga' instalado. Assim, a interação em suas possibilidades mais amplas deverá ganhar força mesmo dentro de 1 ou 2 anos.

Se você assinou uma TV por assinatura recentemente, vai mexer no bolso de novo! Os canais via cabo ou satélite já são digitais, mas não têm alta definição. A Net lançou um decodificador HD digital que evita ter que adquirir o conversor digital da TV aberta, mas a adesão ao serviço fica em torno de R$ 800! A Sky vai ter um seletor, mas ainda não apresentou solução definitiva. A TVA vai lançar o seu decodificador digital em janeiro de 2008, e ele também será pago. Quer dizer... o melhor mesmo é esperar mais um pouco para entrar de cabeça na era da TV Digital.

A única grande esperança é que os anseios do ministro das Comunicações Hélio Costa se tornem realidade: em poucos anos, o uso da TV Digital vai permitir melhorar substancialmente a qualidade do ensino por permitir transmissão de programas educativos, aulas à distância, e acesso a banda larga de graça em todo o território nacional! Só nos resta torcer e pedir a Deus que nos dê chance de desfrutar disso também.

Veja mais informações na Cartilha da TV Digital Brasileira.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Consciência "Afro-descendente"

Dia 20 de novembro é comemorado o "Dia da Consciência Negra". A data foi escolhida em 1960 — mas vem sendo comemorada desde 1978 — e remete ao dia em que Ganga Zumba, o Zumbi, líder do quilombo dos Palmares, foi morto em 1695. Zumbi, na verdade, foi um grande líder e estrategista, desde seus vinte e poucos anos, e é considerado um símbolo da resistência negra nos tempos de escravidão.

Muito bacana... Mas por que existe um dia para tal comemoração? Por que não há um dia da "Consciência Branca"? Ou da "Consciência Asiática"? E o dia da "Consciência Albina" ou da "Ariana"? Pelo menos, tem "dia do Índio", né? Muitas vezes, acho que os próprios "afro-descendentes" criam a sua discriminação... porque têm festas específicas, isoladas, e querem ser tratados com mais vantagens — com cotas nas universidades — e com menos menosprezo e humilhação. Dessa forma, chamam a atenção como se fossem realmente "diferentes" e merecessem algo a mais por isso.

Não querem ser "diferentes"... mas têm um dia só pra eles! (tsc tsc tsc tsc) E, de acordo com os princípios éticos(?), não podem mais ser chamados de "negros" - são "afro-descendentes"! Aproveito para comunicar que, a partir de hoje, quem me chamar de branco vai ser preso por discriminação! Sou "ibero-descendente"...ou melhor, "luso-descendente", a julgar pela predominância da colonização do meu país e pelos meus avós maternos e tataravós paternos.

Uma grande besteira! Porque não dá pra desfazer cerca de 350 anos de história com "movimentos especiais" ou "dias comemorativos". E se você acha que cor da pele é algo relevante — e merece destaque, você é imbecil! Conheço gente boa e ruim de todas as cores, raças, credos, etc., e não é a quantidade de melanina que faz diferença. O pior é que os homossexuais estão seguindo a mesma trilha com o tal do "dia do Orgulho Gay"!

Eu não tenho orgulho algum em ser branco, de ascendência latina; tampouco teria se eu fosse negro, amarelo, índio ou gay. Eu tenho orgulho é de ter dignidade! Orgulho de querer fazer certo sempre, de prezar pela retidão e pela honestidade... isso sim, é motivo de comemoração. Mas nunca de criar um feriado! Porque eu também sou consciente e tenho orgulho de poder trabalhar — e, graças a Deus, trabalho com o que gosto!

Beira o ridículo, não é mesmo? Pois então... não importa de que cor você é, qual o seu time, ou se você é rico ou pobre. O quente mesmo é ter consciência de ser humano!


Você sabia? Foi comprovado historicamente que Zumbi, em seus últimos anos de vida, mantinha um grupo de "escravos particulares"! Que consciência, hein?
Curiosidade mórbida:
Zumbi teve a cabeça cortada, salgada e levada, com o pênis colocado dentro da boca(!), ao governador de Pernambuco, Melo e Castro, para ser exposta em praça pública, a fim de mostrar aos outros que ele não era imortal... Homenageá-lo por quê, então? Porque ele foi um líder? Tem tanto líder por aí que fez muito mais e ninguém reconheceu!

sábado, 17 de novembro de 2007

¿Por qué no te excusas?


Creio que o rei da Espanha, Juan Carlos fez o que milhões de pessoas (e eu me incluo neste quinhão) já tiveram vontade: "mandar" Hugo Chávez calar a boca! Também quem mandou chamar de "facista" o ex-primeiro ministro espanhol José Maria Aznar? O atual, Zapatero, "desceu das tamancas" (ó de los zapatos) e pediu respeito ao rei e aos demais líderes. O rei tomou as dores e mandou ver... o sonoro "¿Por qué no te callas?" ecoou com firmeza e deve ter lavado a alma de muita gente.

Às vezes eu fico imaginando como é que um povo elege e permite que um sujeito imbecil e arrogante como Hugo Chávez — pretenso filhote de Fidel Castro — se mantenha no poder desde 1999! Um sujeito desses não tem maturidade política e administrativa pra comandar um país.

Todo mundo sabe que o comunismo já desfaleceu há algum tempo; Cuba, China, e etc. têm penado diante de um mundo essencialmente capitalista. E um sujeito de "izquierda" assume o poder e decide instalar uma "ditadura comunista"! Só ele é que manda, só ele tem idéias boas para o país e o povo, só ele é que é um bom presidente, e só ele vai governar até a morte. Ué... mas eu aprendi, quando pequeno, que "ditadura" era um regime de governo(?) dos extremistas de direita! Ditadura — e qualquer forma de repressão exagerada — é imbecilidade em altíssimo grau, não importa quem queira implantá-la!

O que mais me espanta é que Chávez disse que pode promover retaliações comerciais à Espanha por causa do episódio, e exige que o rei peça desculpas a ele publicamente. Mas que direito tinha ele (o Chávez) de criticar o ex-governante de outro país, durante uma convenção amigável entre líderes de países latinos? Agora ainda quer que lhe peçam desculpas? Quem tem que pedir desculpas é ele! Parece briguinha de menino de rua: "Você me mandou calar a boca; (chuif) agora tem que pedir desculpas..."

Outro fato interessante foi ele ter rotulado o Lula de "magnata do petróleo"! E qual a base da economia atual da Venezuela? O petróleo. Será que ele está com inveja de Lula e do Brasil porque, agora, nossas reservas são maiores do que as de lá? Mais comportamento infantil: "Buááááá... o carrinho do Lula é maior que o meu!"

Sim, eu sei... sou radical quando vejo situações dessa natureza. Aí começo a pensar como seria bom que o Bush — outro governante improbo — mandasse "dar um cala-boca" definitivo no Hugo Chávez!... E, de quebra, podia pegar também o Daniel Ortega, que já tem antecedentes e também mostrou condizente com os comentários negativos de Chávez. Ah, sem esquecer da próxima vítima: o Evo iMorales!


quinta-feira, 15 de novembro de 2007

CPMF - Provisória ou Permanente?


Depois de 11 anos da sua criação (outubro/1996), a CPMF continua gerando conflitos, sem atender aos seus objetivos propostos. Se você não sabe ou não se lembra, a idéia surgiu em 1993 com o IMF (Imposto sobre Movimentação Financeira) como uma iniciativa do então ministro da saúde do governo FHC, Adib Jatene, cuja intenção era arrecadar recursos para salvar um paciente terminal — o sistema de saúde brasileiro! Jornais falavam de tragédias como as mortes em Pernambuco por contaminação na hemodiálise, vacinas fazendo vítimas em São Paulo, idosos sendo maltratados no Rio de Janeiro, bebês mortos em UTI's de hospitais do Ceará e do Espírito Santo, e por aí vai.

Jatene "fez o parto" do imposto em 1996, como uma contribuição provisória, com assessoria de Pedro Malan e Reinhold Stephanes — previsto para vigorar por UM ano apenas! A meta era conseguir até 8 bilhões de reais para aumentar o valor das consultas do SUS — de R$ 2 para R$ 10, reduzir o número de casos de malária e de mortalidade infantil — através de um programa de saúde da família, e erradicar por completo o Aedes Egypt (mosquito transmissor da dengue).

No primeiro ano o montante arrecadado foi de R$ 5,4 bilhões. Como o valor estimado (de R$ 8 bi) não foi atingido, uma manobra "engenhosa" do governo canalizou recursos de outras fontes para serem "descontados" depois. O sucessor de Jatene considerou as metas difíceis de atingir, para o momento, e o caos na saúde continuou, embora os casos mais graves tivessem sido amenizados. Mas a movimentação de dinheiro continuou e, em 2001, o "ganho" com a CPMF ultrapassava os R$ 17 bilhões! Como o governo precisava descontar repasses feitos anteriormente, e não foram feitos investimentos na saúde como haviam previsto, ficou uma "sobra" de bilhões de reais... que foram usados para pagar parte da dívida externa e para outros fins. Como você acha que o Brasil liquidou a fatura com o FMI?

Pois é... o montante de dinheiro arrecadado já anda na casa dos R$ 40 bilhões! E, infelizmente, uma parcela pequena vai para a saúde. Enquanto isso, verbas que viriam da Cofins (Contribuição para Fins de Seguridade Social) e da CSLL (Contribuição sobre o Lucro Líquido) caíram absurdamente! Aliás, a meu ver, Cofins e CSLL são duas grandes fontes de geração de recursos para desvio de verbas! De qualquer forma, ambas "contribuições" — acho uma idiotice chamar "imposto" de "contribuição"... como se fosse uma coisa "voluntária" — são fartamente sonegadas.

E por que tem tanta gente contra a continuidade da CPMF? O próprio "pai da criança" já deu a resposta a Paulo Skaf, presidente da Fiesp: "É que a CPMF não dá para sonegar!". Melhor dizendo, ela incomoda diretamente quem movimenta muito dinheiro; o "Zé Povinho" não precisa se preocupar tanto. Confins e CSLL movimentam muito mais de R$ 100 bilhões ao ano! Por que não atacá-las? Porque é fácil sonegar... se você não as paga, a Receita descobre, notifica, faz um acordo de parcelamento, e os pagamentos são feitos de forma defasada e a perder de vista — mas a maior parte dos grandes sonegadores nem chega a fazer isso... fica devendo mesmo! Para fechar a questão, o governo, de tanto destinar gordas fatias do valor arrecadado para outros fins, acabou ficando "dependente" da CPMF... como um viciado que não consegue largar o vício.

Analisando friamente, sou favorável a perpetuação (bonito isso, né?) da CPMF! Mas APENAS sob condições que são difíceis de cumprir... destinar realmente a valor arrecadado (ou boa parte dele) para tirar a saúde pública do estado moribundo em que se encontra. Aí, sim, vale a pena manter o imposto. Se for para financiar outros gastos de um governo incapaz de gerir recursos, sou totalmente contra a manutenção do imposto.

Por outro lado, é preciso acabar com os "buracos negros" da legislação tributária — a reforma, proposta inicialmente em 1995 (ô, tempo, hein?), precisa ser feita! A carga de impostos tem que ser reduzida. Do contrário, o melhor mesmo — para o "Zé Povinho", não para as empresas — vai ser colocar o dinheiro no bolso ou no colchão, e movimentar recursos em espécie, sem passar pelo banco! Aproveite que a inflação tá sob controle e bem baixa, e use dinheiro vivo mais vezes! Desse jeito você foge de taxas e juros escorchantes, e não sonega... mas também não precisa pagar o tal do "imposto do cheque"! Aí vai puxar questão pra quê?


sábado, 10 de novembro de 2007

Tropa de ELite x Trupe do LEite

O Brasil mostra porque é um país religioso:
depois da gasolina, agora o leite também é "batizado"!


A ganância das pessoas ultrapassa os limites da sã consciência. Num belo dia, assistindo jornal na TV, vejo a notícia de que desenvolveram uma forma de prolongar a vida do leite industrializado... e reduzir a vida de consumidores! Produtores associados a cooperativas de Minas são parceiros de um criminoso chamado Pedro Renato Borges — que deve se considerar um químico brilhante — na utilização de soda cáustica, água oxigenada e citrato de sódio, em quantidades baixas e diluídas, para fazer o leite "longa vida" integral ter uma vida mais longa. Perante a Polícia Federal, o químico "irresponsável" negou ter sido o criador da fórmula, mas seus cúmplices da Copervale confirmaram o ato ilícito em depoimento.

A apuração segue adiante e surgem os nomes das empresas que compraram o leite cru, já "batizado" — pode até ser que algumas sejam tão vítimas como nós todos. De repente, aparecem centenas de caixas de leite enterradas, no Rio Grande do Sul, ainda dentro da validade. Acham leite e derivados irregulares no interior de São Paulo e em Goiás. Encontra-se, no triângulo mineiro, queijo "quase" estragado e "quase" pronto para consumo — "ah, é só tirar o bolor e trocar a embalagem que fica tudo bem". É simplesmente um absurdo!

Não dá para ficar inerte a isso... nós consumimos leite e derivados; e que segurança vamos ter ao dar um produto que contém substâncias que podem corroer o nosso organismo, ou o de nossos filhos? Este é um crime que precisa ser punido de forma exemplar; caso contrário, a opinião pública vai, mais uma vez, ter motivos suficientes para tachar os órgãos reguladores de "absolutamente incapazes".

Sabe o que poderiam fazer? Chamar a Tropa de Elite do BOPE para dar ao tal de Pedro Borges e seus asseclas — a Trupe do Leite — um treinamento intensivo de como sobreviver se alimentando apenas de laticínios. Uma dieta perfeita: uma semana inteira só desfrutando daquilo que eles mesmos produziram... e não adianta pedir pra sair! Creio que já seria um castigo justo. Pelo menos, tenho certeza de que muitos brasileiros ficariam com a alma lavada, e devidamente "desinfetada" e "desobstruída".


segunda-feira, 5 de novembro de 2007

EMMY ROSSUM - tu-tu-du-du...

Uso uma parte do meu tempo disponível para garimpar jóias da música na Internet. Há umas 2 ou 3 semanas (out/2007) eu encontrei, por acaso, um vídeo de lançamento da cantora Emmy Rossum — fiquei impressionado com qualidade da música, do "clip", dos arranjos, e do desempenho desta mocinha de 20 anos de voz privilegiada, dona de uma beleza natural e de um jeito cativante e simples.

O primeiro disco — Inside Out — acabou de ser lançado e tem tudo para ser um grande sucesso. O site oficial fica em http://www.emmyrossum.com/ e é muito bem feito! Dá pra você ouvir trechos do disco inteiro. As músicas adotam um estilo próprio, com arranjos que têm pinceladas do ritmo New Age, o que as torna ótimas para ouvir e relaxar — há uma roupagem nova para "Rainy days and Mondays", que fez sucesso nos anos 70 na voz de Karen Carpenter.

Definitivamente, Emmy Rossum tem talento! Ela atua, compõe, canta e encanta. Criada apenas pela mãe — os pais se separaram antes de ela nascer —, despontou ainda jovem cantando no Metropolitan Opera e participando de filmes como "O fantasma da ópera", "Poseidon", "O dia depois de amanhã" e "Sobre meninos e lobos".

Clique na imagem abaixo para ver o vídeo de "Slow me down" e comprove. Se puder, ouça com fones para sentir o "doce sabor" dos arranjos da música... e "slow down yourself also". Eu ouvi as outras músicas e já virei fã dela!


quarta-feira, 31 de outubro de 2007

TROPA DE ELITE - Osso duro de roer


O filme do diretor José Padilha, sobre a "rotina" do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) do Rio de Janeiro já levantou muita poeira e causou um bocado de polêmica. O que era para seguir um estilo de documentário, baseado (segundo Padilha, não é uma adaptação!) no livro "Elite da Tropa", de Luiz Eduardo Soares, acabou virando um sucesso e uma mania nacional! Mesmo com milhares de cópias "pirata" espalhadas antes da estréia, bateu recorde de bilheteria já no primeiro fim de semana de exibição! O que mostra que a "pirataria" ajuda na divulgação e não deve ser tratada de forma tão nociva — mas isso é assunto para outra oportunidade.

O enredo trata da guerra urbana carioca sob a ótica de um dos lados: o de um policial. E não reflete diretamente a realidade — esta é bem mais cruel — dos problemas de desaparelhamento e má remuneração da força policial, violência, abuso de poder, corrupção escancarada, tráfico de drogas, desigualdades sociais, métodos de tortura, etc.

Alguns críticos e antropólogos apontam uma visão "maniqueísta" da abordagem e, em alguns pontos, preconceituosa também. O filme incomoda porque mostra um pedaço das vísceras da nossa sociedade frente aos temores de profissionais que querem vencer de forma honesta, e os obstáculos que isso traz. A análise deve ser muito mais profunda, e esbarra no câncer da criminalidade impune alimentada pela inércia e/ou incapacidade de governantes e "homens da lei".

Não sou adepto da tortura, tampouco de métodos ortodoxos de cerceamento da bandidagem; por outro lado, quando o "outro lado" não respeita, renitentemente, nenhum direito do cidadão comum (entenda-se aí eu, você e os demais), certamente merece uma correção mais severa. E, se você pensar bem, "osso duro de roer" não é o BOPE, com suas atitudes radicais e sua violência quase sem limites; é ver a insegurança instalada no cotidiano, é saber que pessoas inocentes morrem por causa de vinganças injustificáveis ou de balas perdidas, é ver o filho do seu amigo ou vizinho morrendo "a prestação" por conta das drogas, é o esforço desmedido que pessoas simples fazem para serem "do bem"... pressionadas pelo "lixo da sociedade" que insiste em ser "do mal". Isso, sim, é duro de roer.

De qualquer forma, é bom deixar clara a minha visão: o cap. Nascimento não é herói, nem todo favelado é bandido, nem todo policial é corrupto, nem todo universitário é viciado, nem todas as ações do BOPE dão certo, nem toda tortura é solução! As personificações do filme são caricatas, estigmatizadas em demasia para chamar a atenção sobre os problemas... Se ninguém fizer assim, como vamos tomar conhecimento? Portanto, se você não viu, vá ver. É um ótimo filme! E responda a enquete aí ao lado...

(*) maniqueísmo - corrente de pensamento sincretista, instituída por Maniou Maniqueu (séc III), que defende a idéia de que o Universo é dividido em dois lados que combatem constantemente: o "bem", ou Deus, e o "mal", ou diabo.


segunda-feira, 29 de outubro de 2007

PASSEI DOS 40... (1/12)

Escrevi este texto em dez/2004.
Aos poucos, fui fazendo algumas mudanças, correções, atualizações.
Creio que vale a pena tê-lo aqui para que você me conheça mais.

-- ele foi especificamente postado em forma inversa, para facilitar a leitura.

Passei dos 40 anos de idade. É engraçado que, com o passar dos primeiros dias ou semanas, a gente sente que tudo aquilo que as pessoas "mais velhas" nos diziam é a mais absoluta verdade! Seria ótimo ter o corpo dos 20 e poucos anos com a cabeça de hoje.

Por vezes temos a impressão nítida que, daqui pra frente, começamos a "descer a serra"; o corpo pesa mais, as articulações não respondem tão bem como há alguns anos, os cabelos brancos se tornam mais visíveis, e algumas pessoas começam a lhe tratar regularmente por "senhor". Eu me sinto agradecido a Deus por ter chegado com saúde até aqui; e peço a Ele que eu possa viver, pelo menos, mais o mesmo tanto de anos...

PASSEI DOS 40... (2/12)

Parte 1/12
Vim ao mundo no mesmo dia em que pessoas famosas como o Almirante Tamandaré, o rei do baião Luiz Gonzaga, e a escritora/poetisa Adélia Prado. E num mês repleto de celebridades; em dias próximos também nasceram: Frank Sinatra, Walt Disney, Dionne Warwick, Dom Pedro II, Sílvio Santos, Emerson Fittipaldi, Clarice Lispector, Chico Mendes, Jorge Dória, Gustave Flaubert, Noel Rosa, Michel de Nostradamus, Woody Allen, Eva Wilma, Jane Birkin, Lee Remick, Camille Claudel, Florbela Espanca, J Silvestre, Sargentelli, Sammy Davis Jr, Ozzy Osbourne, David Carradine, Daryl Hannah, Jim Morrison, Kim Basinger, Khalil Gibran, José Carreras, Ludwig van Beethoven, Olavo Bilac, Arthur C Clarke, Jim Morrison, Liv Ullmann, Érico Veríssimo, Adolfo Lutz, Keith Richards, Roberto Marinho, Oscar Niemeyer, Cássia Eller, Steven Spielberg, Christina Aguilera, Vanessa Hudgens, Brad Pitt, Britney Spears, Edith Piaf, e por aí vai. Dá pra perceber que, neste período do ano, só nasce gente inteligente, talentosa, bonita... e modesta, né?

Eu me sinto um privilegiado! Nasci na mesma época que os Beatles e os Rolling Stones despontaram para o sucesso; a TV Globo surgiu meses depois. Vivi, sem me aperceber de nada, os primeiros tempos do regime militar com muita tranqüilidade — talvez porque eu fosse pequeno demais, ou porque aquilo não me atingia, uma vez que meu pai era militar... eu estava "do lado da força"!

Ouvi meus pais cantarolando músicas como "A banda" e "Disparada" — era a época dos Festivais da MPB em 67/68. Vi o homem chegar a Lua em 1969 - uma imagem péssima numa TV Semp em preto e branco. Brinquei de vareta, de futebol de botão e boliche (de carretéis de linha) com meu pai. Ouvi, pela radiola antiga, os jogos da vitória do Brasil na Copa de 70 — e aprendi a gostar de futebol, mas só dos grandes jogos.

PASSEI DOS 40... (3/12)

Parte 2/12
Início - 1/12

Não terminei o pré-primário... nem mesmo comecei o 1º ano! Com 5 anos, eu lia e escrevia corretamente. Essa habilidade me levou a protagonizar uma peça onde eu era um chinês, com direito a quimono estampado, chapéu de forma cônica, maquiagem com olhos puxados, e várias páginas de texto decorado! Minha mãe se desdobrou com o figurino; meu pai também estava lá, registrando tudo. Sucesso total! E eu me senti agraciado por todos.

Mas a professora dizia que eu "atrapalhava" as outras crianças. E a diretora da escola achou melhor me transferir do pré para o 1º ano, no meio do ano! Quando fui "colar grau" do pré, eu já tinha passado direto para o 2º ano — aquilo foi muito estranho para mim.

Aprendi a datilografar com 6 anos — tínhamos 2 Olivetti e 1 Remington em casa. Meu pai cuidava da contabilidade de seus clientes, minha mãe escriturava os livros fiscais, e eu datilografava mensalmente os balancetes (com todo cuidado, porque eu não podia errar), e as RAIS, todo início de ano. Foi assim durante um bom tempo.

Aprendi a desfrutar da beleza da música clássica — Beethoven, Mozart, Bach, Chopin, Brahms, Vivaldi — por influência paterna. Mas eu sabia que existiam uns cabeludos que atendiam pelo nome de Beatles e gostava das músicas deles, já tinha ouvido Janis Joplin e Jimi Hendrix no rádio, e sabia da repercussão causada por um certo festival Woodstock e por uma ópera pop chamada "Jesus Cristo Superstar".

Eu vivi o "milagre econômico" do governo Médici! Que maravilha era desejar aquela imensa quantidade de brinquedos importados - e ter a chance de brincar com alguns, sempre de colegas... porque o meu pai não podia comprá-los para mim. Acompanhei a crise do petróleo em 1973 — mas não diziam que "o petróleo era nosso"? Por que tanto receio daqueles árabes?

Fiquei encantado ao ver uma TV em cores! Uma vez, andando no centro da cidade com meu pai, vi uma TV ligada e corri para contar à minha irmã de que cor eram as roupas do Batman e do Robin. Assisti a shows, pela TV, de Alice Cooper e dos Secos e Molhados — por que eles se pintavam tanto e eram tão performáticos? Será que eram só "personagens", como eu tinha feito na peça?

PASSEI DOS 40... (4/12)

Parte 3/12
Início - 1/12

Assisti os filmes do Roberto Carlos na TV, e fazia tudo pra não perder os Três Patetas, Zorro, Perdidos no Espaço e Rin-tin-tin; minha irmã preferia ver Túnel do Tempo e Terra de Gigantes, enquanto meu pai gostava mais de Bonanza e Bat Masterson. Eu cantei "debaixo dos caracóis dos seus cabelos", do Roberto, e "sem lenço e sem documento, nada no bolso ou nas mãos", do Caetano.

Vi a primeira versão de Vila Sésamo, com Garibaldo, Gugu, Ênio e Beto (vai ver que é por isso que eu gosto tanto de biscoooooitos). Eu assisti o primeiro Fantástico! E não perdia por nada "Os 4 bonecos músicos de Bremen". E eu gostava das entrevistas do Hélio Costa. Eu vi Uri Geller entortar garfos na TV! Assistia Flávio Cavalcânti quando ele não "mandava retirar as crianças da sala"! Adorava também ver a Pantera Cor-de-rosa. Nem prestei muita atenção nas Olimpíadas de 72 e no assassinato dos atletas em Israel; mas gostava de deitar na rede e ouvir os programas de rádio AM à tarde. Toda semana ou quinzena (não me lembro) meu pai trazia uma revista Recreio nova! Sempre tinha coisas para cortar e montar — eu achava o máximo... e passava horas brincando.

Eu tinha enciclopédias em casa, e curso de inglês em disquinhos compactos. Meus vizinhos vinham pedir ajuda quando tinham pesquisas escolares para fazer. Regularmente, eu lia alguma coisa nas revistas Manchete e O Cruzeiro, geralmente, no barbeiro — por hábito do meu pai, meu cabelo era cortado a cada 2 semanas, junto com o dele! Tênis? Jeans? Cueca Zorba? Que nada! Era sapato social, calça de tergal (feita em alfaiate) e cuequinha samba-canção... tudo nos mesmos moldes do meu velho pai! E eu achava normal... mas, todo mundo na minha rua me achava "diferente", esquisito.

Enquanto meus vizinhos tinham carrinhos de rolemã, eu tinha uma patinete azul, toda de metal, com pneus e freio! Eles jogavam bola no "Bananal" mas meu pai não costumava deixar eu ir com eles — e eu acabei virando um "perna-de pau"! Eu vi o Brasil deixar de ganhar a Copa de 74. Mas as minhas atenções eram para os times locais desde antes do Brasil ganhar o tri. em 1970. E adotei o Cruzeiro como meu time — com Raul, Tostão, Piazza e outros mais — e tinha até um pôster do campeão na parede do meu quarto. Os filhos dos vizinhos soltavam papagaio; eu ficava em casa lendo e me distraindo com experiências químico-físicas de uma coleção chamada "Os cientistas" — quando as substâncias ou os procedimentos eram mais perigosos, meu pai fazia junto comigo. Eu me sentia uma criança feliz!

PASSEI DOS 40... (5/12)

Parte 4/12
Início - 1/12

O primário acabou e entrei para a 5ª série, no Colégio Militar de Belo Horizonte. Idéia fabulosa do meu pai — muito depois soube que ele não teria dinheiro para pagar uma escola particular se eu não passasse no exame de admissão... Como minha mãe se matou para que eu pudesse estudar para estas provas! Ela acordava ente 3 e 4 da manhã e passava os últimos pontos comigo no dia de cada teste. Minha retribuição veio em 7 longos anos da melhor formação educacional e preparo para a vida! Cultura, respeito, moral, ufanismo, organização, e muitas outras virtudes foram presença constante naquele tempo — e ficaram registrados na minha personalidade para sempre. Ah, é claro! Não dava pra passar vexame nos vestiários: comecei a usar cuecas Zorba, e minha mãe comprou tênis e calça jeans pra mim... que alegria... eu me sentia fazendo parte do mundo!

Eu assisti as Olimpíadas de 76, em Montreal; e tive minha primeira paixão platônica pela ginasta romena Nadia Comaneci. Ganhei minha primeira bicicleta — comprada na Mesbla! Eu curti a era da discoteca desde o princípio! Só não podia usar os mesmos cortes e topetes — no CMBH era cabelo curto, máquina 1! Eu tive uma calculadora programável HP-33E... aposentei a Dismac que eu tinha ganho anos antes e que fazia pouco mais do que as 4 operações básicas — mas era uma sensação! A HP, de bateria recarregável, era um show para a época. Mas um colega apareceu com uma Texas TI-59, do irmão mais velho... e a danada, além de ter muito mais passos de programa, lia cartões magnéticos!

Vivi anos de surpresa (75), de sofrimento (76), de insegurança (77), e de auto-afirmação (78 em diante). Minha cultura aumentou muito. Meus conhecimentos sobressaíam aos de conhecidos de outros colégios! Mesmo no final do regime militar, eu cheguei a ter aulas de combate ao comunismo, disfarçadas de EMC (Educação Moral e Cívica) e OSPB (Organização Social e Política Brasileira). Na música eu conheci Queen, Pink Floyd, Kraftwerk, Rick Wakeman, etc. e todos os hits da época: Bee Gees, Commodores, Santa Esmeralda, Genesis e muita "disco music" na cabeça! Cantei até doer aquelas músicas dos Bee Gees, usando corretamente os "falsetes" — vantagens da mudança de voz!

Ah, como a adolescência passa rápido!

PASSEI DOS 40... (6/12)

Parte 5/12
Início - 1/12

Em 76 eu conheci o Rio — e vi o mar em Copacabana, o Cristo, o bondinho do Pão de Açúcar, que cidade linda! Assisti capítulos de novelas que passariam depois em BH. Antes da transmissão simultânea via satélite, os capítulos de novelas tinham um pequeno atraso de uma cidade para outra; até chegar lá no norte e nordeste então...

As primeiras paixões verdadeiras apareceram... mas eu era feio e desengonçado! No auge da adolescência, espichando com educação física (militar) dia sim, dia não... não dava pra competir com os carinhas mais "ajeitados". Assim foi até quase eu sair do colégio — sem namorada e com um baita "paixão recolhida"! Supri essas necessidades com muitas amizades, brincadeiras, encontros sociais (festas), passeios, etc.

A minha formação religiosa contribuiu bastante neste período: era com a turma da igreja que eu me divertia mais! E como nos divertíamos... A presença constante de Deus na minha vida me deu chance de desfrutar de muita coisa da adolescência, de forma consciente, aprendendo a distinguir o certo do errado, sem nunca apelar para fanatismos ou extremismos. Os pais deveriam se preocupar mais com a formação religiosa dos filhos... o "lucro" é certo!

Acompanhei o enfraquecimento do militarismo! E entrei nos anos 80 com o pé direito. Personalidade formada, conceitos firmes, planejamento de futuro, e eu só tinha 15 anos! Conheci as praias do Espírito Santo — passeio "default" para quem reside em Minas! Apesar de todos os conflitos habituais da idade, eu me sentia satisfeito...

PASSEI DOS 40... (7/12)

Parte 6/12
Início - 1/12

Felizmente, meus namoros começaram a ser mais sérios. Duas, quase três ao mesmo tempo! Será que era pra "compensar o atraso"? Não... logo eu "organizei" tudo, sem magoar ninguém (eu acho). Romance, paixão, carinho, descobertas, tudo era novidade. Também vieram alguns leves desentendimentos, rápidas separações "para sempre" que caíam no esquecimento... amadurecimento natural. Por mais de uma vez, eu me senti amado.

O vestibular chegou... quem diria? Como era costume, fiz na UFMG e na PUC, para Engenharia Elétrica — passei nos dois. E na PUC eu fiquei em 3º lugar! Mas não havia a divulgação maciça de nomes de "vitoriosos" que existe hoje. Optei pela Federal — com que dinheiro eu ia pagar a Católica? Foi um mundo novo e diferente para mim, e eu mal tinha completado 17 anos... desorganização, greve, má vontade, brincadeiras inesquecíveis (ah, o tempo de faculdade), mas algumas pessoas levavam a sério o estudo — eu estava entre elas.

Eu, que já tinha feito 1 ano de lógica de programação e 1 ano de linguagem Fortran, comecei a me desenvolver na informática — particularmente, na microinformática. Logo aprendi a programar em Cobol, Algol, Basic, Assembler... Aprendi Basic em 1 semana e redigi uma apostila, na antiga máquina de escrever; esta apostila rodou, com sucesso, na mão de colegas e de desconhecidos! Eu vi que tinha talento para ensinar... e para preparar materiais didáticos.

Eu vi, pela TV, a queda do muro de Berlim. Aqui, a rotulada "ditadura" se prostrou moribunda... e lá fora o comunismo desmaiou! Eu vi a guerra das Malvinas, talvez a mais perto daqui do Brasil. Comecei a prestar mais atenção ao litígio Israel x Palestina. Por que tanta gente besta briga por pedaços de terra? E no Japão falta espaço pra caber todo mundo! Enquanto aqui no Brasil nós temos chão de sobra... e nem sempre ele é bem cuidado!

PASSEI DOS 40... (8/12)

Parte 7/12
Início - 1/12

É... um dia a gente tem que trabalhar! Universidade, namoro, planos da vida futura — o trabalho é inevitável. Carteira assinada, ponto, intervalo pra descanso, um PF de almoço, acúmulo de serviço, ônibus lotado na volta pra casa. A vida mudou radicalmente! E eu me senti cidadão do mundo.

Aos poucos, me embrenhei mais o mundo da informática. Não precisava mais programar em Algol, com cartões perfurados. Sim, eu vivi essa época... minha turma deve ter sido uma das últimas a usar perfuradoras de cartões na Federal. Virei "piolho" do DCC (Depto de Ciência da Computação) da Federal e comprei meus 2 únicos disquetes de 8" na loja da Control Data, em 3 parcelas — com bons recursos de formatação, consegui colocar CP/M, Wordstar, mBasic e dBase II num espaço de pouco mais de 360 Kb. Não, não faltou espaço para o StarTrek e para meus programas e documentos. Logo o CP/M deu lugar ao DOS. O Quartzil e o Polymax foram trocados por um Apple IIe e um DGT-100. Os disquetes agora podiam a armazenar 720 Kb em apenas 5"1/4.

Trabalho, rotina, aulas — eu passei a assistir aulas na UFMG e a dar aulas de linguagens de programação. Com dinheiro no bolso, não demorou muito para eu comprar meu primeiro computador. Caramba! O CP-300 funcionava com uma TV Philips 10" P&B e um gravador National. Me lembro de ter ligado para um amigo para comentar: "Cara, o micro tem um relógio de tempo real!". E onde ficou a Engenharia? Perdida no meio das greves e da desorganização do ensino público federal... Desse jeito não deu mais para continuar estudando. A responsabilidade aumentou, o nome começou a se firmar no mercado de trabalho, um futuro diferente e promissor se desenhou à minha frente.

Eu vi o rock brasileiro sair do Circo Voador e invadir o país! Novas bandas, novos sons, novos talentos... mas parecia ser só mais uma fase da MPB. Blitz, Titãs, Paralamas, RPM, Barão Vermelho, Kid Abelha, Legião Urbana, 14-Bis, Ira!, Ultraje a Rigor, Capital Inicial, Richie, Lobão, Metrô, Camisa de Vênus, Biquini Cavadão, Roupa Nova... fosse brega ou chique, todos faziam muito sucesso.

Eu vi o Colégio Eleitoral derrubar o Maluf em favor do Tancredo Neves! O poderio das Forças Armadas tinha acabado de vez. Ao mesmo tempo, a minha responsabilidade aumentou com o casamento; logo depois, o primeiro filho. O arrocho salarial, a inflação descontrolada, as enormes dívidas dos governos militares... nem tudo foi bom durante o regime militar — e os "frutos" só apareceram depois.

E como fruto "maldito" daquele regime recém-finado, Tancredo morreu! Ou foi morto! Será que um dia saberemos a verdade? Estória mal contada, fotos fantasiadas, boletins diários, até um domingo à noite fechado com o hino nacional na voz de uma conterrânea minha! Que privilégio inglório! Mas eu também não agüentei a emoção e deixei os olhos encherem d'água... pra extravasar, pra esvaziar meu pacote de esperanças num Brasil melhor. Naquela noite, todo brasileiro legítimo foi pra cama com um nó na garganta.

PASSEI DOS 40... (9/12)

Parte 8/12
Início - 1/12

Eu vi o Sarney (não, eu não cheguei a ser um "fiscal" dele) comandar a Nação, vi meu filho nascer, vi Dilson Funaro e seu Cruzado, vi a inflação subir como foguete, vi o salário mínimo cair como uma pedra, vi meus afazeres aumentarem (em 3 locais de trabalho simultâneos), vi meus alunos aplicarem o que aprenderam comigo, vi meus programas serem expostos em feiras, vi meu filho crescer, voltei ao Rio para ver o sucesso do meu trabalho (embora meu nome nem aparecesse... mas eu sabia). E eu vi o casamento de um ex-aluno e fui seu padrinho, eu vi uma grande festa, eu vi as belezas daquela cidade do interior... e, na volta para casa, eu dormi no banco de trás; na estrada, eu não vi os caminhões, eu não vi o velocímetro marcar 160 km/h na ultrapassagem proibida, eu não vi o acidente... e eu não vi o meu filho morrer!

Acordei dias depois num mundo diferente, triste e sombrio. E eu me senti fraco. Foram dias, semanas sem andar. Durante alguns meses apenas uma pergunta pairava na mente: "Por que eu não fui no lugar dele?". Mas eu pedi a Deus força, e Ele me deu. Com ajuda das pessoas mais próximas, eu me reergui e comecei tudo de novo. Eu vi meu outro filho nascer, eu vi a minha carreira decolar novamente, eu retomei o rumo do crescimento e segui em outras direções.

Eu tive a minha primeira empresa... e os meus primeiros sócios. Junto, vieram os primeiros grandes problemas. A reserva de informática tinha acabado há tempos; e a tecnologia "nacional" despontou de forma anômala, mas os micros "brasileiros" — clones dos britânicos Sinclair e dos americanos TRS-80 e Apple — invadiram o mercado. Logo, a minha empresa acabou... mas eu continuei seguindo em frente.

Eu vi o que fizeram nos planos Bresser e Verão. Eu percebi que o meu dinheiro também era "surrupiado", mas eu mantive o meu equilíbrio até onde foi possível. Um dia, descobri um problema grave! Eu vi alguns sonhos se desfazerem, eu previ dificuldades sérias, eu vi o meu casamento morrer... foram pouco mais de 8 meses de separação. Eu passei maus momentos; e eu pensei em... fugir de tudo e de todos! Mas eu pedi, e novamente Ele me ajudou a resistir. E até o meu casamento ressurgiu das cinzas.

Busquei novo impulso. Fiz vestibular e passei, de novo. E eu me senti forte mais uma vez. Agora meu interesse era a Administração de Empresas. Os anos 80 acabaram e logo foram chamados de "década perdida". O curioso é que, hoje em dia, os mesmos anos 80 são largamente relembrados com extrema admiração e saudade! Para mim, sob muitos aspectos, foram mesmo anos perdidos... e que eu procuro lembrar só dos bons momentos.

PASSEI DOS 40... (10/12)

Parte 9/12
Início - 1/12

Eu vi uma nova vida quando voltei a estudar! Eu driblei o início da era Collor com maestria, e fiquei com muito mais do que NCr$ 50,00 na conta bancária (esse segredo eu não conto!). Eu tive a consciência de restabelecer meu casamento. Eu vi minha filha nascer. Eu tive outra rápida ascenção na carreira. Eu pude aplicar na prática aquilo que eu aprendi na faculdade. Eu conquistei espaços que não imaginava, e eu vi um antigo sonho meu se realizar!

Aos 26 anos, eu assumi o controle de todos os computadores que o Brasil possuía no exterior, em embaixadas, consulados, postos e missões diplomáticas. Fui indicado para ser Chefe do setor de informática do Departamento de Comércio Exterior, no Itamaraty, em Brasília. E ali eu realizei um sonho de infância (da época em que eu ouvia os disquinhos do curso de inglês, aos 6 anos de idade): entrar nos Estados Unidos, por Nova Iorque, e em posição de destaque — já que eu estava representando o governo brasileiro como co-palestrante em um seminário. Foi um período ótimo na minha vida!

Mas eu tive consciência de que cheguei ao topo muito rápido. Talvez, por conta disso, minhas ambições hoje sejam bem menores... fama, dinheiro e sucesso nem sempre satisfazem. Fazer bem o que você gosta, perto de quem lhe quer bem, dá bem menos dinheiro... mas faz você atingir a felicidade bem mais facilmente!

Eu reestruturei meu curso, aprendi muito, fiz grandes amizades, e completei os estudos no tempo regulamentar. Sim, eu me formei! E me tornei mais um Administrador de Empresas no mercado de trabalho. E eu me diverti, pulei, brinquei e dancei até o dia nascer no baile da minha formatura... como nunca tinha tido chance de fazer na minha vida! Eu me afiliei ao Conselho Regional — eu senti orgulho em ser um bacharel. Eu constituí nova empresa, eu construí uma carteira de clientes, eu cresci como profissional.

Eu vi a tão falada "democracia" se firmar. Ou não? Eu abri mão de certas coisas e de sonhos pessoais... só para ficar mais tempo perto da família e ver meus filhos crescerem — só quem perde um, sabe o quanto isso é importante. Eu acompanhei a evolução da Internet e a expansão dos gigantes da informática no mundo. Eu tive acesso a muitas novidades... e isso me fez sobressair como profissional por mais um tempo. Eu me senti globalizado!

PASSEI DOS 40... (11/12)

Parte 10/12
Início - 1/12

Eu viajei bastante, eu conheci muita gente bacana, eu transformei alunos e colegas de trabalho em grandes amigos. Eu continuei crescendo... como profissional, como pessoa, como um ser humano digno.

Um dia, depois de ter trabalhado o dia anterior e a noite toda em um cliente, eu vi um herói morrer... no dia do trabalhador, numa curva em Ímola, a mais de 300 km/h. Não pude deixar de lembrar do meu acidente e, por mais tragicômico que possa parecer, decidi não mais me matar de trabalhar. Reduzi as viagens, neguei serviços, recusei promoções que me mandariam para longe, e perdi muitas oportunidades, é certo... mas pude ficar perto dos meus filhos e vê-los crescer ao meu lado. Entendi que o que aprendi na escola da administração de recursos humanos é verdade: qualidade de vida é essencial!

Eu vi a moeda (CR$) ceder o lugar para a URV, e esta, para o Real. Eu vi a inflação se estabilizar. Eu pude comprar coisas importadas com uma moeda mais forte que o dólar! Eu vi meus filhos crescendo, num mundo protegido e bem cuidado. Eu vi meus filhos aprendendo coisas que eu não consegui aprender... logo, eu os vi realizando alguns dos meus antigos sonhos! E descobri mais um sentido para a vida.

Eu descobri um problema congênito no coração e, na decisão de corrigi-lo, acabei assustando a mim e a muitos — mais uma vez, Deus me mostrou que ainda não era a minha hora. Mas eu também percebi que nem toda solução é definitiva, e aquela não vingou tempo suficiente para me trazer tranqüilidade plena.

Não demorou muito para eu entender, de novo, o que é perder uma pessoa da família. Vi uma doença maldita corroer o corpo do meu pai em poucos meses, e pude tê-lo perto de mim até o seu último dia. Eu mudei alguns de meus conceitos, eu perdi alguns valores e ganhei outros. Mas eu continuei meu crescimento.

Eu vi um novo século e um novo milênio nascendo! Eu senti dificuldades de toda sorte me cercando. Eu vi o mesmo mal que matou meu pai destruir minha mãe ao longo de 13 ou 14 anos. E eu chorei escondido muitas vezes... porque não havia como reverter o processo. Até que eu também a perdi para sempre. E eu, por vezes, me senti sozinho... absolutamente sozinho num mundo onde todas as responsabilidades pareciam ser minhas!

PASSEI DOS 40... (12/12)

Eu vi o terror do 11 de setembro... e liguei pra casa achando que a 3ª guerra mundial ia começar. Eu vi outras guerras acontecendo, e vi ditadores morrerem. Eu vi a cultura do meu país entrar numa fase longa e ruim... eu vi celebridades instantâneas sem conteúdo, vi a banalização de problemas graves, vi as redes de TV jogarem sujo para conquistar mais audiência, vi o aumento da violência, vi a desmoralização das instituições, vi a corrupção desenfreada, vi a falta de caráter, vi o descaramento de um governo estúpido e improbo, e vi que sozinho eu não consigo fazer nada para melhorar... Mas se eu começar a fazer e você se espelhar em mim, poderemos influenciar outro, e mais outros... e aí, sim, poderemos ver alguma coisa funcionando melhor!

Eu descobri que é importante saber caminhar sozinho mas, acima de tudo, é preciso ter estrutura! E esta estrutura vem do berço... e meus pais investiram tempo em construí-la em mim. Hoje eu agradeço a Deus por ter me dado condição de fazer o mesmo com meus filhos.

Aliás, eu me tornei mais amigo dos meus filhos, dos amigos deles, e dos meus sobrinhos também. Eu tive novos abalos na minha vida pessoal... mas eu resisti e venci uma parte significativa das batalhas; outras, eu perdi. Eu confiei demais em pessoas... quando devia ter confiado mais em Deus! E paguei caro por isso, e perdi muito. Mas creio que aprendi mais essa lição. E, hoje, eu me sinto realizado.

Eu passei dos 40 anos de idade! Eu vivi tudo isso e muito, muito mais...
E eu ainda não sinto a ação do tempo como eu achava que iria sentir.
Quero manter minha mente jovem, sem cair no ridículo de querer parecer "jovem".
Porque eu entendi que a juventude é um problema que se resolve com o tempo.

Mariel Lobo de Souza, dez/2004
Como tudo começou

Como tudo começou

Quando conheci a Internet, eu pensei em usá-la para expor minhas idéias — mas, em 1992, eu não tinha ainda a menor idéia de como faria isso. Menos de um ano antes, em 1991, eu tinha tido uma boa experiência com a Infonet, que permitia a divulgação diária de uma coletânea de notícias a consulados, embaixadas, missões e postos do Brasil em outros países.

Entre 1995 e 1999 eu me divertia muito nas salas de bate-papo; cheguei a ter uns 30 personagens diferentes — um deles até rendeu um pequeno "site"... e me aproximou do desenvolvimento para Web, HTML, scripts, etc. — mas isso é história para outra oportunidade. O interessante é que, através daquelas 'facetas', eu conseguia mostrar um pouco de mim.

De uns tempos para cá, com a popularização dos blog's, passei a crer que é possível fazer com que as pessoas possam conhecer mais diretamente alguns dos meus pensamentos, ler minhas crônicas, e discutir minhas idéias. Dessa forma, me sinto enriquecendo meus conhecimentos, porque sei que preciso tomar cuidado para que as idéias sejam apresentadas de forma simples e fácil de ler. Assim nasceu "o blog do Mariel", um simples "Manifesto Casual".

A minha riqueza aumenta também à medida que aprendo com o que recebo — sob a forma de comentários e críticas — de outras pessoas, conhecidas ou não. E tudo isso fica exposto... 24 horas por dia, para o mundo inteiro.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Cientistas desenvolvem bateria com carga para 30 anos

O laboratório de pesquisa da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) desenvolveu uma tecnologia de construção de baterias que dispensam a recarga por até 30 anos, mesmo em funcionamento constante. Ao que tudo indica, elas estarão disponiveis no mercado em 2 ou 3 anos.

Os cientistas da USAF revelaram ao mundo os princípios que permitem o funcionamento prolongado das baterias denominadas "beta-voltaicas", sem necessidade de recarga. Elas podem ser usadas em celulares, notebooks, hand-helds, e mais alguns aparelhos portáteis.

A base tecnológica é a desintegração de radioisótopos para capturar emissões de elétrons beta, utilizando a eletricidade deles para energizar chips e gerar uma corrente regular de energia. Em outras palavras, é uma substância radioativa — não tóxica — que gera energia constante por um período muito longo. Daí a possibilidade de usar estas baterias em notebooks, por exemplo, por cerca de 30 anos.

E estas baterias ainda possuem outros benefícios. Como as reações não são térmicas, não há geração de calor, ou seja, elas não esquentam — o que evita incêndios, como em casos já divulgados. As camadas de radioisótopos e semicondutores são muito finas e permitem o seu uso em aparelhos de tamanho físico bem reduzido. E, para completar, como não são prejudiciais ao ser humano, podem ser jogadas no lixo sem problema algum para o meio ambiente.

Obviamente, elas serão usadas primeiro em aparelhos de órgãos do governo americano e nas Forças Armadas. Entretanto, elas devem virar uma realidade comercial, ao alcance de todos, nos próximos 2 ou 3 anos.

Fonte: Electronista - Next Energy News
Publicado no jornal O Debate em 03/out/2007

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Google vai entrar no mercado de telefonia

O "gPhone" (peça chave do projeto "Android"), smartphone da Google, deve chegar ao mercado mundial agora em setembro. O interesse é conquistar mais uma fatia do mercado de tecnologia com uma solução simples, poderosa e barata.

O aparelho da Google, que deve concorrer com o iPhone da Apple, não deve se limitar somente a um único modelo de celular e, sim, de diferentes modelos de alguns fabricantes, como a HTC e a Samsung. Quem adquirir um destes aparelhos vai ter acesso a todas as tecnologias da Google: GMail, aplicativos Docs, GoogleMaps, monitoramento GPS, etc.


Existem rumores de que o "gPhone" — nome não oficial — possa também disputar espaço até mesmo com modelos de notebooks populares, com custo de produção mais baixo. O sistema operacional que controla o aparelho foi baseado no Linux e possui código aberto. As demais aplicações devem ser providas pela Google mesmo ou por empresas parceiras e desenvolvedoras de soluções.

O "gPhone" já havia sido anunciado no início de 2007, com o nome de "Google Switch", como um aparelho desenvolvido com tecnologia Samsung. Entretanto, a HTC, líder asiática na produção de eletrônicos, também deve estar desenvolvendo uma versão do aparelho.

Fonte: O Globo Online
Publicado no jornal O Debate em 30/ago/2007

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Pac Man ajuda a estudar a reação cerebral das pessoas

Uma equipe de pesquisadores do University College London desenvolveu um jogo de computador baseado no famoso Pac Man com o objetivo de estudar como o cérebro reage ao enfrentar situações de perigo. Ficou claro que o comportamento depende da distância em que a ameaça está porque mecanismos diferentes são ativados e indicam se o indivíduo deve fugir ou não.


Depois de tantos anos após o seu lançamento, o jogo Pac Man inspirou pesquisadores num estudo sobre a atividade cerebral humana frente a obstáculos e ameaças.

No jogo desenvolvido um predador caça um jogador voluntário dentro de um labirinto e as reações e a atividade cerebral desta pessoa examinada são medidas através de ressonância magnética. Quando o predador fica mais próximo, o temor de ser capturado faz a região cerebral que comanda a estratégia emitir estímulos imediatos para uma área que comanda a reação e o jogador foge; e ele recebe um choque elétrico suave toda vez em que é pego pelo predador.

Quando a ameaça está distante, a atividade do córtex pré-frontal - atrás das sobrancelhas - aumenta por causa da ansiedade e ajuda a controlar as reações. O curioso é que, ao pressentir o perigo, o funcionamento do cérebro assume uma postura mais primitiva de autoproteção e até se prepara para a dor. Dean Mobbs, líder da pesquisa, informou que a estratégia de sobrevivência é determinada pelo grau de ameaça que a pessoa sente; quanto mais perto está uma ameaça, mais impulsiva é a resposta do ser humano.

Se você é uma daquelas pessoas que acha que os jogos, principalmente os eletrônicos, foram criados apenas para divertir condicionando quem joga a ações meramente repetitivas de forma prejudicial, sem estímulo ao raciocínio e à criatividade, deve repensar seus conceitos. A maioria dos jogos surte efeito contrário, estimulando positivamente as reações humanas — o que deve ser verdadeiramente combatido é o exagero e o vício!

Publicado no jornal O Debate em 27/ago/2007

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Uma Polaroid que não precisa sacudir para ver a foto

A partir de 2008 deve estar disponível no mercado uma câmera digital com impressora embutida — uma versão atualizada das conhecidas câmeras Polaroid — usando um papel especial que reage ao calor e imprime sem usar tinta.

As empresas Polaroid e Zink vêm trabalhando no desenvolvimento de uma câmera digital que também pode imprimir instantaneamente as fotos tiradas. O nome Polaroid dispensa apresentações; Zink vem de "zero ink", ou seja, sem tinta, e é uma empresa que cria produtos com o mesmo conceito de rapidez de obtenção do resultado das antigas Polaroid — daí a parceria bem sucedida.

As empresas ainda estão desenvolvendo o produto final, mas a tecnologia de uso de impressoras tão pequenas que possam ser acopladas junto a câmeras ou celulares já existe e é fruto do trabalho da Zink. A impressora portátil se conecta a qualquer equipamento que possua conexão USB ou Bluetooth.


Para que as fotos saiam coloridas é usado um tipo de papel sensível ao calor; os correspondentes a "cabeças de impressão" ajustam cada ponto da imagem no papel para a cor correta, em diferentes temperaturas. O funcionamento é semelhante ao de impressoras térmicas de alta qualidade, só que em tamanho bastante reduzido. E, se você não gostar da impressão, pode usar o papel novamente, porque ele é reciclável.

A idéia é fazer chegar ao mercado um produto de qualidade e barato, acessível ao consumidor padrão de câmeras digitais e celulares com este recurso. Na verdade, a Zink até já possui o produto pronto, mas tudo indica que a parceria entre as duas empresas aposta na "Polaroid do futuro".

Fonte: Terra - Digital Drops
Publicado no jornal O Debate em 20/jun/2007

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Há 50 anos a primeira imagem digital era apenas um bebê

Hoje vemos imagens geradas por câmeras digitais, celulares, scanners, satélites, sondas espaciais, códigos de barras, etc. e nem imaginamos que há 50 anos tudo começou com o rosto de um bebê.

A primeira imagem considerada "digital" nasceu do interesse de um americano que teve a idéia, em 1957, de fazer com que os computadores pudessem "olhar para as imagens". Russell Kirsch, considerado um dos pioneiros da computação, trabalhava no National Bureau of Standards (NBS, atualmente National Institute of Standards and Technology, ou NIST) e, juntamente com outros colegas, construiu um certo tipo de scanner com um tambor rotativo. A mesma equipe já tinha desenvolvido o Standards Eastern Automatic Computer (SEAC), considerado o primeiro computador programável.

Eles conseguiram fazer com que a máquina pudesse traduzir uma imagem em códigos numéricos e, assim, pudesse ser armazenada digitalmente num computador. A primeira imagem possuía apenas 176 pixels (picture cells), um formato de 5 x 5 cm, elevado índice de granulação, e tinha sido gerada a partir de uma foto do filho de Kirsch de apenas 3 meses de idade, chamado Walden.


Independente da qualidade baixa daquela foto em preto e branco, a experiência abriu caminho para o tratamento digital de tudo o que se relaciona com imagens nos computadores e equipamentos eletrônicos atuais.

Em 2003, a revista Life escolheu a foto digitalizada do filho de Kirsch como uma das "100 fotografias que mudaram o mundo". Atualmente, Kirsch vive com sua esposa Joan, que estuda a história da arte, em Oregon, nos Estados Unidos. Walden, cujo rosto marcou o início da era da fotografia digital, trabalha na área de comunicação da Intel.

Fonte: IDG Now!
Publicado no jornal O Debate em 04/jun/2007

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Intel deve investir em chips telefônicos e VoIP

A Jajah atraiu o apoio da Intel para seu projeto de eliminar a distinção entre telefones e PC's. Ela alcançou 2 milhões de usuários com seu serviço de telefonia de longa distância pela Web e cresceu 66% nos últimos 3 meses.

A Intel pretende investir 20 milhões de dólares em um novo serviço, buscando maior integração da telefonia convencional - fixos e celulares - com o VoIP em computadores conectados à Internet. Com um incentivo desta magnitude os fundadores da Jajah acreditam que ela possa chegar logo ao patamar de empresas como Google, eBay e Yahoo. E pode ser que, com essa parceira, a tecnologia de telefonia via Internet seja incorporada aos microprocessadores.

O nome diferente é uma homenagem a Jajah Watamba, o inventor de um rudimentar dispositivo de comunicação à distância, chamado "bullroader", de origem australiana. Os nativos usavam esta ferramenta, feita de madeira e corda, que emitia um ruído característico e podia ser ouvido a quilômetros. Segundo os fundadores, Jajah é perfeito porque não significa nada em nenhum idioma, e é simples e diferente.

A Jajah foi fundada há 4 anos por Roman Scharf e Daniel Mattes. Ao trabalhar com videoconferências, Mattes se deu conta da importância de transmitir voz com qualidade e sem interrupções e resolveu investir numa tecnologia de compressão avançada de sons. Quando conseguiu um ótimo resultado, vendeu sua pequena empresa e se aliou a Scharf e mais três programadores aperfeiçoando o sistema de transporte de chamadas via Internet.

A idéia do serviço é bastante simples: você usa o número de um telefone convencional para "discar" para outro número de telefone em qualquer parte do mundo, ambos podendo ser fixos ou celulares. O sistema transforma a chamada em uma conexão IP imediatamente e usa os próprios aparelhos telefônicos para completar a ligação, ou seja, você tira o fone do gancho e aguarda a outra pessoa atender, como se fosse uma chamada normal.

A enorme diferença está no preço porque, na verdade, a ligação é feita pela Internet via VoIP — os aparelhos de origem e destino são meros instrumentos para a comunicação. Nada é tarifado na companhia telefônica regular, mas todas as ligações são abatidas de créditos comprados antecipadamente. Ainda assim, o custo das ligações acaba ficando, pelo menos, 80% inferior ao cobrado por uma companhia telefônica regular. O único inconveniente é que, como este serviço ainda não está nacionalizado, só é permitida a compra de créditos por transferência bancária para uma das instituições indicadas no site, em uma das 32 diferentes moedas disponíveis.

De qualquer modo, as perspectivas indicam claramente que este tipo de serviço vai impor uma nova realidade ao sistema de tarifação das ligações telefônicas. É só esperar mais um pouco.

Fonte: Plantão INFO - El País
Publicado no jornal O Debate em 25/mai/2007

80% dos usuários de Internet vão "viver" em mundo virtual

De acordo com as previsões do Gartner Group, cerca de 80% dos usuários de Internet vão participar de um mundo virtual até 2011 — não especificamente o "Second Life". As empresas devem explorar melhor esta tendência.

Esta "segunda vida" não se limita a um jogo de computador; pode ser muito mais do que isso. À primeira vista, uma empresa pode acreditar que essa nova tecnologia não traz nenhum tipo de benefício, mas é um ledo engano, segundo a avaliação dos pesquisadores do Gartner. E quem começar a investigar e fazer experiências com esta outra forma de relacionamento agora, pode obter grande êxito nos aspectos que dependem de atuação colaborativa, trabalhos em equipe, práticas comunitárias, e muito mais.

Entretanto, qualquer investimento precisa ter limites até que o ambiente esteja maduro e estável. Empresas multinacionais já usam o mundo virtual para qualificar pessoal à distância, para testar a aceitação de um novo produto, ou para fazer simulações e definir estratégias antes que elas sejam implantadas no mundo real. Algumas atividades representam redução de custos, mas nenhuma grande ação, até o momento, em algo verdadeiramente lucrativo e livre de especulação.

É preciso ter a nítida compreensão de que, por trás de cada "avatar" (personagem criado no mundo virtual) existe uma pessoa de carne e osso, com opinião própria, aspectos culturais, preferências e comportamento desenvolvidos no mundo real. As atitudes podem variar conforme a índole e intenção de cada um. As regras para a convivência neste outro mundo ainda não são sólidas.

O planejamento para uma investida dessa natureza deve ser muito bem feito. Quem conseguir se firmar nesse meio antes dos concorrentes, participando de forma relevante e agregando valor ao seu produto ou serviço, certamente pode tomar o rumo de um futuro promissor. Mas o próprio Gartner alerta que não adianta pensar em lucro num universo virtual pelos próximos 3 anos.

Fonte: IDG Now!
Publicado no jornal O Debate em 25/mai/2007

sábado, 12 de maio de 2007

Impressora faz cópias 3D de objetos em plástico

A Desktop Factory, uma empresa norte-americana, fabrica uma impressora capaz de fazer cópias 3D de objetos a um custo que pode ser usada até mesmo por usuários domésticos nos próximos quatro anos.

O anúncio feito pela empresa, uma companhia da IdeaLab, promete uma prototipagem rápida de quaisquer objetos usando plástico. O primeiro modelo chegou ao mercado com custo um pouco elevado. Em, no máximo, quatro anos, a companhia estima que o custo vai cair para cerca de 20% do valor atual, segundo reportagem publicada no jornal norte-americano New York Times.


Impressoras 3D, na verdade, não são novidades. Elas são usadas, há tempos, pela indústria para testar peças de vários produtos antes de entrar em produção. Mas nenhuma delas, até agora, tinha tamanho e preço capazes de levá-las para dentro das residências, pois a impressora 3D é parecida com uma comum a laser e pode caber em qualquer mesa.

De acordo com a reportagem do New York Times, as impressoras 3D montam um objeto a partir de uma disposição de partículas de um material, construindo modelos em uma pilha de camadas muito finas e, assim, formando uma cópia real.

Fonte: IDG Now! - New York Times
Publicado no jornal O Debate em 12/mai/2007

domingo, 22 de abril de 2007

Etiquetas Inteligentes - rumo a um mundo sem fios

Já existem muitas experiências feitas sobre este assunto. Na prática, isto significa que produtos já vão sair da fábrica com microscópico chip de identificação por rádiofreqüência (RFID). Esse chip pode se comunicar com um determinado leitor sempre que atingir o raio de alcance deste. Através de um software existente no leitor, as informações coletadas podem ser transmitidas, em tempo real, a um banco de dados e, daí por diante, podem ser enviadas ao gerenciamento de produção de uma empresa, ou ao departamento de contas a pagar, ou a qualquer outro centro de controle de informações.

Num exemplo cotidiano, isso implica em coisas como passar pelo caixa do supermercado sem que, efetivamente, exista uma pessoa por ali – e sem que as compras sequer saiam do carrinho. E o débito pode ser feito diretamente em conta corrente ou no cartão de crédito.

Pode parecer até idéia de filme de ficção científica, mas é realidade. É a mesma tecnologia do "Sem Parar", que já está em ação em várias rodovias do eixo Rio-São Paulo. Existem, inclusive, outras utilizações para um chip RFID, como a localização de pessoas e equipamentos em tempo real.

Empresas que oferecem soluções de alta tecnologia já estão prontas para atender a demanda inicial. É importante se preparar agora e participar ativamente desta fase de crescimento do mercado de tecnologia.

Fonte: Avvio Soluções
Publicado no jornal O Debate em 22/abr/2007
Publicado no Blog Malima em 23/abr/2007