segunda-feira, 29 de outubro de 2007

PASSEI DOS 40... (9/12)

Parte 8/12
Início - 1/12

Eu vi o Sarney (não, eu não cheguei a ser um "fiscal" dele) comandar a Nação, vi meu filho nascer, vi Dilson Funaro e seu Cruzado, vi a inflação subir como foguete, vi o salário mínimo cair como uma pedra, vi meus afazeres aumentarem (em 3 locais de trabalho simultâneos), vi meus alunos aplicarem o que aprenderam comigo, vi meus programas serem expostos em feiras, vi meu filho crescer, voltei ao Rio para ver o sucesso do meu trabalho (embora meu nome nem aparecesse... mas eu sabia). E eu vi o casamento de um ex-aluno e fui seu padrinho, eu vi uma grande festa, eu vi as belezas daquela cidade do interior... e, na volta para casa, eu dormi no banco de trás; na estrada, eu não vi os caminhões, eu não vi o velocímetro marcar 160 km/h na ultrapassagem proibida, eu não vi o acidente... e eu não vi o meu filho morrer!

Acordei dias depois num mundo diferente, triste e sombrio. E eu me senti fraco. Foram dias, semanas sem andar. Durante alguns meses apenas uma pergunta pairava na mente: "Por que eu não fui no lugar dele?". Mas eu pedi a Deus força, e Ele me deu. Com ajuda das pessoas mais próximas, eu me reergui e comecei tudo de novo. Eu vi meu outro filho nascer, eu vi a minha carreira decolar novamente, eu retomei o rumo do crescimento e segui em outras direções.

Eu tive a minha primeira empresa... e os meus primeiros sócios. Junto, vieram os primeiros grandes problemas. A reserva de informática tinha acabado há tempos; e a tecnologia "nacional" despontou de forma anômala, mas os micros "brasileiros" — clones dos britânicos Sinclair e dos americanos TRS-80 e Apple — invadiram o mercado. Logo, a minha empresa acabou... mas eu continuei seguindo em frente.

Eu vi o que fizeram nos planos Bresser e Verão. Eu percebi que o meu dinheiro também era "surrupiado", mas eu mantive o meu equilíbrio até onde foi possível. Um dia, descobri um problema grave! Eu vi alguns sonhos se desfazerem, eu previ dificuldades sérias, eu vi o meu casamento morrer... foram pouco mais de 8 meses de separação. Eu passei maus momentos; e eu pensei em... fugir de tudo e de todos! Mas eu pedi, e novamente Ele me ajudou a resistir. E até o meu casamento ressurgiu das cinzas.

Busquei novo impulso. Fiz vestibular e passei, de novo. E eu me senti forte mais uma vez. Agora meu interesse era a Administração de Empresas. Os anos 80 acabaram e logo foram chamados de "década perdida". O curioso é que, hoje em dia, os mesmos anos 80 são largamente relembrados com extrema admiração e saudade! Para mim, sob muitos aspectos, foram mesmo anos perdidos... e que eu procuro lembrar só dos bons momentos.

Um comentário:

Celina disse...

Gostei mariel! É um verdadeiro compendio de imformaçao o seu Blog, sou uma avó que eata engatinhando na internete mais que ler muito, aprecio quando o assunto é bom, continue vá em frente voce tem valor!
Celina